Mulher preta, mãe solo, catadora de lixo com pouca escolaridade. Carolina Maria de Jesus lançou seu primeiro livro aos 46 anos e em apenas uma semana vendeu mais de 10 mil exemplares. 😱
Carolina apesar de ter frequentado apenas dois anos do primário aprendeu a ler e escrever sozinha. Em seus diários contava sobre os desafios de ser mãe solo de 3 crianças e viver numa favela a beira do rio Tietê.
Foi com a partir destes diários que o jornalista Audálio Dantas viu potência nestas histórias. Ele que tinha ido ao Canindé, favela onde a autora morava, produzir uma reportagem sobre o lugar percebeu que aqueles escritos já retratavam toda aquela realidade que ele buscava. Publicou algumas das histórias junto a sua reportagem no jornal Folha da Noite e no ano seguinte a prosa da autora estava na revista O Cruzeiro, principal veículo da época. Em 1960 Dantas editou e publicou o Quarto de Despejo, um compilado desses diários escritos por Carolina. O sucesso foi total, o livro foi traduzido em mais de 16 idiomas e publicado em mais de 40 países.
Carolina ganhou reconhecimento e se tornou referência para a literatura mundial por conta de sua primeira publicação. Com isso ela conseguiu sair da favela e dar uma vida melhor aos seus filhos. Mas do mesmo jeito que ascensão veio de forma rápida, logo ela foi sendo esquecida e suas outras publicações não foram tão bem aceitas pelo público.
Foi a partir deste momento que ela precisou voltar as ruas como catadora de lixo e se mudou com seus filhos para Parelheiros, bairro simples de São Paulo.
Depois de 44 anos da sua morte, Carolina ainda é lembrada com uma das principais autora do país. Em 2021 ela ganhou o título de Doutora Honoris Causa pela UFRJ por conta das suas contribuições para a arte, ciência e cultura brasileira.
Que honra a nossa ter uma referência da literatura mundial no Duelo! 💜
\uia/ indica: ficou afim de conhecer um pouco mais da história da autora? No podcast Negro da Semana tem um episódio inteiro dedicado a ela, a gente super recomenda!